E agora, Carol?
- Carol Camini
- 8 de jan. de 2019
- 4 min de leitura
Agora que você já conhece os seus deveres como futura empreendedora e, quem sabe, chefe de um grupo de funcionários, deve ter uma série de perguntas para si mesma, desde como iniciar esse empreendimento até como administrá-lo e conseguir encaixá-lo na rua rotina de esposa e mãe. Nós somos assim, não é mesmo? Mal se acende a luz do "eureca!" na nossa cabeça e já começamos a pensar em questões que ainda estão lá na frente. Talvez você nem tenha feito a si mesma a pergunta mais importante de todas: Em que irei empreender?
Em um dos primeiros posts havia mencionado que empreender é algo que ultrapassa aqueles "cases de sucesso" que vemos em Blogs, revistas, programas de empreendedorismo. A grande maioria dos empreendedores não fazem parte desse núcleo que começou e alcançou o conhecimento, as ferramentas e o sucesso em pouco tempo. Pelo contrário, grande parte deles investiram no início muito além do que recebiam em retorno e seus empreendimentos começaram a dar resultados positivos após um período entre dois e três anos.
Sabe o que isso significa? Que empreender implica muito de autoconhecimento. E o que é temos que conhecer? Nesse caso, três elementos que são integrantes da forma da nossa vida. Segundo o psiquiatra e doutor Italo Marsili, existem três elementos que devemos conhecer e tomar em conta no momento de decidirmos a nossa forma de sermos úteis no mundo e servir aos outros (e que nos servem para realizar a escolha do nosso empreendimento):
1. talento: habilidade natural para alguma coisa;
2. chamado: uma convocação, algo que se sente inclinado a realizar; e
3. circunstância: os elementos ambientais, de pressão social.
Para decidir em que empreender, devemos prestar atenção a esses três elementos e tentar colocá-los em equilíbrio. Porém, podem haver situações em que, naturalmente, esses elementos estarão em desequilíbrio. Podemos citar aqui como exemplo algo que o próprio doutor Italo mencionou em sua live no Instagram: das jovens que são mães. Vamos pegar esse exemplo aqui:
Imagine uma jovem de 17 anos que tem um talento para música. Ela se sente chamada a trabalhar ensinando música em orfanatos, por exemplo, e traça um plano de ser empreendedora no ramo de casamentos, formando um grupo musical para esse tipo de evento para ganhar dinheiro. Porém, essa jovem engravida e se vê na situação de ser agora responsável por uma vida que, pelos próximos anos, será totalmente dependente dela, inclusive financeiramente. Um conhecido da jovem, que tem um escritório, oferece para ela um emprego como secretária. Essa jovem aceita esse emprego ou recusa para viver o seu sonho de viver de música?
Aqui existe um claro desequilíbrio entre o talento, o chamado e a circunstância. Essa jovem precisa de um emprego, de um salário, para poder manter a si e ao filho que vai nascer. Diante disso, qual é a atitude a ser tomada? Ser a melhor secretária que aquele escritório terá em toda a sua existência e, se no futuro, ao ter a circunstância alterada e ela tiver a possibilidade de equilibrar os elementos, ela quiser empreender e oferecer um grupo que toque em casamentos, que assim seja!
Ok, Carol. Mas qual a relação desse exemplo comigo? Talvez nenhuma. O exemplo é apenas para te dizer que você deve escolher o seu empreendimento analisando esses três elementos, sem excluir nenhum. E que, talvez, o elemento que mais pesará será o da circunstância, e não o do talento ou do chamado, pois dependerá também do seu estado de vida (solteira, casada, viúva).
Então pegue papel, caneta e anote:
1. Qual/quais são os meus talentos ou habilidades?
2. Qual é o meu chamado (aquilo que me convoca)?
3. Qual é a minha circunstância?
Essa etapa é extremamente importante e você deve levar tudo em consideração para não dar passos errados logo no início. Com isso não quero dizer que você não vai errar, de forma alguma. Estou falando daquilo que poderia ser evitado com um pouco de análise. Um exemplo prático de um erro que eu cometi no meu empreendimento de doces, com a La Donna Pasticceria, foi a compra de uma bicicleta que eu realizei para vender meu doces na rua. Sem analisar, na euforia do momento e na modinha do food bike, fui lá e comprei a bendita bicicleta. Já no primeiro dia eu não me senti confortável fazendo aquilo, eu não sabia o que fazer, como vender, como atrair os clientes. Um mês depois eu tinha vendido mais que dentro de casa, é claro, mas não havia coberto o investimento simplesmente porque eu não tinha nem talento, nem chamado para vender daquela forma, e a minha circunstância não me obrigava a ter que aprender a vender na rua pra ganhar dinheiro. Dinheiro mal investido! É isso que você precisa analisar!
Comece simples, comece pequeno. Comece com algo que, talvez, a sociedade nem valorize tanto, mas que ao longo do tempo, você pode ir agregando um valor novo que fará com que as pessoas desejem o seu produto ou serviço. Ofereça o melhor, sempre pensando no seu empreendimento como algo útil para alguém e uma forma de serviço ao próximo. Invista de acordo com as suas posses. Jamais cometa nenhum ato ilícito para chegar "lá" mais rápido. Lembre-se de que você é cristã e não pode se deixar corromper pelo espírito mundo.
E por fim, tenha em mente de que tudo o que hoje é grande, começou pequeno. Esse empreendimento singelo pode ser um "case de sucesso" no futuro. Bendito seja Deus por isso! Mas tenha em mente também de que talvez nunca chegue a sê-lo, sabe o por quê? Porque talvez esse negócio será temporário, porque talvez, moça, Deus faça de você uma religiosa. Ou de você, jovem esposa, mãe de muitos filhos. O verdadeiro sucesso está em fazer o melhor aonde estivermos, ou como nos diria Santa Clara de Assis, de sabermos florir aonde Deus nos plantar.
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