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Rotina, sem reclamação.

  • Foto do escritor: Carol Camini
    Carol Camini
  • 5 de fev. de 2019
  • 3 min de leitura

Duas semanas se passaram desde o último artigo em que trouxe exemplos mais práticos para dar início à vivência da virtude da ordem (se você não leu o artigo anterior, faça uma pausa nesse aqui, leia e depois retorne). Dentre as muitas coisas escritas, destaquei a importância da rotina e de vivê-la, ainda que fosse difícil no início e que precisasse retornar muitas vezes a algum ponto que foi interrompido.

Pois bem, após duas semanas de planejamento de vida e estabelecimento da rotina, como você se saiu? Realizou tudo com plena convicção do seu dever, ainda que tenha precisado recomeçar? Ou apenas reclamou por não conseguir cumprir o plano desenvolvido, ou ainda por estar achando tudo muito monótono e chato?

Independente de como se saiu, quero que receba essas palavras verdadeiras: reclamar não te ajudará em nada! Pelo contrário. O ato de reclamar gera uma resposta negativa em nós e vai nos colocando em ciclo vicioso que nos impulsiona de volta para a desordem.

E qual seria a solução para eliminar a reclamação de vez da nossa vida cotidiana?

Certa vez, em uma de suas conferências, São Josemaría Escrivá foi indagado por uma senhora da seguinte maneira: "Padre, fale um pouco do trabalho cotidiano porque fica monótono e, às vezes, parece não ter brilho". Eis a resposta que o Santo do Cotidiano lhe deu e hoje dá a cada uma de nós:


"Você é capaz de converter a prosa do seu dia em poesia heróica. Não é verdade que seus dias são iguais! Se você colocar amor nos seus dias, cada dia será diferente".


O que vence em nós a constância da reclamação é uma vida de oração, amor e sacrifício. E se o seu trabalho for oração, se o seu negócio, seu empreendimento, seu cuidado do lar, a sua rotina, forem feitos com amor, tudo ganhará sentido. Em alguns momentos a rotina pode parecer uma grande penitência, mas, por quê não dar a ela esse sentido redentor? Oferecer a Deus esse sacrifício é um passo a mais rumo à santidade.

Atrevo-me a dizer que a chave mestra para matar de vez a reclamação na nossa vida é justamente dar ao trabalho, à rotina, esse sentido de sacrifício. Se a cada desejo de reclamar pensarmos que através daquele trabalho que nos custa, daquela rotina que parece nos oprimir, nós nos doamos para alguém e contribuímos para que esse alguém se torne um ser humano melhor, vai começar a diminuir em nós esse costume da reclamação para nascer o hábito da gratidão e do ser útil através do serviço.

Talvez isso pareça impossível para alguém que viveu mergulhado no hábito de reclamar e, por essa razão, desenvolveu uma impressão pessimista e baixa em todas as suas relações com as pessoas, com os acontecimentos, com os objetos, e até mesmo com Deus. Porém, é possível desenvolver uma maneira nova de se relacionar com a vida: Agradecendo!

Sem essa balela de ficar repetindo "Gratidão" na frente de um espelho (se isso funcionar para você, tudo bem, pode fazer. Aqui nunca funcionou.). Agradeça fazendo aquilo que você não quer fazer, mas que só você pode fazer. Agradeça marcando no seu plano de vida todas as atividades que cumpriu durante o dia, sem se lamentar por aquelas que teve que jogar para o dia seguinte. Agradeça tendo que cancelar seus planos para levar um filho ao médico. Agradeça tendo que cancelar um contrato porque um fornecedor ou cliente desejavam cometer um ato ilícito. Agradeça reconhecendo a sua pequenez diante de Deus e colocando-se em seu devido lugar ao ver que a sua vontade não é a que prevalece. Agradecer é verbo, portanto, a gratidão está muito mais nos atos que na própria palavra, assim como o amor e tantas outras ações que hoje são tratadas apenas como sentimentos.

Então, vamos retomar nossa rotina? Reorganize aquilo que for necessário e recomece: hoje, não amanhã. Hoje! Que São Josemaría Escrivá interceda por nós e nos auxilie a deixarmos de ser chatos e reclamões!


Fontes:

"O coração do trabalho: a visão de São Josemaría Escrivá", in: https://opusdei.org/pt-br/video/o-coracao-do-trabalho-a-visao-de-sao-josemaria/.




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